sexta-feira, 9 de julho de 2010

Enquanto há tempo


É necessário caminhar. É preciso seguir e fazer escolhas. É urgente e clamante o sentimento que o dia não é, senão, a continuação daquilo que nem sabe-se se haverá passado. É necessário viajar. É preciso desapegar de sentimentos tolos. É preciso valorizar sentimentos puros. E é justo preservar a saudade.


Não tenho muito tempo para escrever. Mas tenho bastante tempo para fazer as coisas que gosto. E por mais que o tempo pareça curto, sei que há mais o que construir. Não tenho tempo para dormir. Mas há vontade. E um grande desejo. O de continuar a viver como não poderia ser diferente.


Preciso desligar um pouco. E por apenas alguns segundos, estar desligado nada mais é que compreender que o medo é uma mera irrelevância. É preciso sentir. E de mais a mais, o sentimento é que move todo e qualquer sentido. Agora, é preciso dormir.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Cuidado!


A vida ainda pode te surpreender. Cuidado. É preciso perceber mais do que a mera superfície. Você terá sim que passar por dificuldades, sejas elas onde for, ou acabará triste. Não ser sozinho, é condição que independe a alegria. Ser triste sim. Por isso, cuidado.
Tenho medo das pessoas que me ensinam a amar: normalmente, elas não ensinam a esquecer. E de repente, apenas querem que sejamos esquecidos. Cuidado: você ainda vai chorar muito. Faz parte do processo. Faz parte do caminho. E faz parte do meu processo te alertar sobre isso.
Tenho uma imensidão de sentimentos, que talvez demore postagens e mais postagens para que consiga chegar perto da compreensão. Talvez, num sentimento, eu tenha vontade de ver o mundo girar. Cuidado. Você poderá se perder se não entender nada.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Não desliguei o telefone


O sentimento que se perde num breve momento de esquecimento, é o mesmo de quem perde para a vida inteira. Sim, por vezes é esse o sentimento que tenho. Que determinados segundos podem mudar minha vida para qualquer lado. Que eu deveria estar mais atento ao meu telefone, e que eu deveria ligar mais.
Hoje, não sei mais tantas coisas como já soube. Hoje, do amanhã tenho certeza que cinco minutos será muito. Carregados de sentimentos escondidos atrás de palavras que penso antes de dizer. Não queria pensar. Queria falar. Mas liguei o filtro. E de todas as coisas que eu digo, a mais genuína talvez seja um mero: Sinto saudades. Genuína.
Hoje, já não sei mais se sou dúvida ou incerteza. Acho até que sou passado. De um futuro que nunca veio. Hoje, quero entender metodicamente como é minha vida. E vivo. Como nunca deixei de viver. E de seguir em frente. Mas nunca esqueça: meu telefone estará sempre ligado. Talvez eu ligue de novo. Hoje, me preocupo apenas em viver. E vivo, é claro.

terça-feira, 6 de abril de 2010

O que é um beijo mesmo?


Não é falta de memória. Pode ser falta de sentimento. Não é falta de razão, pode ser falta de momento. Afinal, o que é um beijo mesmo? Como o tempo que passa e finge que nada aconteceu ou como o sonho que passa e finge que não dormiu. É como a estranha lucidez do que deu errado e a gélida sensação de ter ouvido o que não queria precisar dizer. É ser duro com as palavras, antes que os sentimentos fossem duros de mais com o seu silêncio. É a promessa de amanhã, que ontem não se cumpriu. É o viver mais exato que hoje projeta o amanhã. Ou o amanhã que em instantes esfria o que antes podiamos ver tão claro. Viajo! E como pretendo mesmo viajar. O beijo de fato, nem acontece. Acontece de eu lembrar, volta e meia, o quão é difícil compreender o que o silêncio pretende dizer. E por isso não me calo. Deixo o silêncio correr entre sonhos e poesias. Devaneios tolos que buscam entender porque ontem não parece um beijo, mas sim uma espartódia que engole a dor. A dor de beijar amargamente a distância.

terça-feira, 2 de março de 2010

Somos ano todo


O inverno e o verão são dois momentos completamente diferentes. E que raramente dividirão o mesmo espaço. Essa é a lógica que a maioria das pessoas insiste em querer me provar que é verdade. Como verdade, porém, é a relação que fizemos com nossas certezas e dúvidas, para mim, verão e inverno foram feitos um para o outro.
Explico. Teriamos a possibilidade de passar metade da nossa vida dando bola para o tempo. Reclamando do frio ou do calor. Sendo o verão e o inverno parte de uma unidade só, seriamos o ano todo. Não haveria mais estações. Não haveria mais razões para não sermos um ano inteiro. E assim seguir a vida? Calma, calma. Um ano de cada vez.
Assim sendo, o que me resta é esperar o frio. E com ele o teu calor. Assim como no próximo verão, sentirás minha refrescância. Sim, sim. Podemos sim ser ano todo. E porque não dizer que o verão e o inverno se tornaram meros cenários de uma história que nem o tempo poderia apagar.
O inverno e o verão podem sim ser uma coisa só. Como na primavera. E nós podemos sim ser ano inteiro. Basta entender a capciosidade do tempo, que hoje insiste em mandar esperar. Esperar o que? O inverno, óbvio.

Palco


Como toda historia, essa não poderia ser assim tão diferente. Como toda história, há euforia, drama, suspense. Como toda história, a plateia atenta, espera o final feliz. E como sempre, chega o momento em que todo mundo pensa que realmente não haverá solução. O problema é quando a plateia e os personagens principais se misturam.
Não há porque subir em palcos. Não razões para acreditar que vender o ingresso mais caro é a solução. Mas a gente vende. Um preço salgado. Que nem sempre o bolso pode pagar, mas que a certeza do bom espetáculo faz valer. Ainda assim, um preço que vale a pena pagar. E nem há meia-entrada para estudantes.
Os personagens principais, ficam em seus camarins. Arrumando o cabelo, passando o perfume, maquiando-se. Conversam apenas por um biômbo que separa os dois camarins. Na verdade, quem ouve a conversa, acha que eles realmente estão um do lado do outro. E quem está do lado de um deles, sabe que realmente, eles querem é subir no palco.
Não há cachê. Não há couver. Há apenas o desejo de fazer a melhor apresentação da vida. Há a vontade de ganhar o mais sincero aplauso. Contudo, há a necessidade de entender: ser artista principal não precisa fingir, basta apenas transparecer em suas palavras as dores que insistem em calar o mais afoito cronista. Subo no palco, e espero não mais um monólogo, mas um diálogo. Diálogo dos corações que insistem em conversar.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Das mensagens e ligações


Há algo mais que um simples oi. Há uma verdade maior que aquela que um dia se pode imaginar. Sim, há uma obviedade plena que insiste em perguntar. Existe plenitude? Tem uma busca de uma ciência que não saberemos estudar. Tem três telefones, e eu tinha medo de ligar. Ora por medo, ora por falta de pensar: Como não pensei isso antes.
Existe muito texto. E muitas palavras que as letras não conseguiram explicar. Existiu a verdade plena, aquela que insistirá em mudar conforme vivemos. Há um "tá.", bem como um "gosto de ti". Há doçura e há dureza. Há alguém perguntando "por onde mesmo que ela passou?". Há natureza. E a educação no simples fato de dizer: Boa noite.
Hoje, há um novo tempo. Uma hora a mais de um dia que voltou. O bug do meu celular que insisti em tocar no meio da noite. É mensagem. A palavra lida que é ouvida, agora acaricia. A palavra dita, agora beija. O doce beijo das palavras que nem são tão doces. Mas são palavras, afinal. Não há mandeiras de negar. Hoje, beijo com sinceridade tua voz.
Há algo mais puro que a falta de nexo dessas palavras. Há uma pureza. Há ausência de 'alguma coisa', há a coisa inteira. Hoje, existe um eu, esperando que o dia que não começa como deveria, termine como deveriam ter terminados tantos outros.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Carta-resposta!


Hoje escrevo aqui uma cartarresposta. Não um simples escrito. Hoje, sigo com as inúmeras dúvidas e incertezas que outrora arrodeiam minha cabeça. Mas sigo. Em frente e avante. Hoje, tenho mais que um simples desejo ou pedido. Tenho uma vontade. Vontade essa que não exige tempo nem lugar. Vontade de respeitar o tempo e a liberdade. A liberdade que prezo muito.
Digo isso com a experiência de quem já teve muito da liberdade, e de quem já clamou por um segundo de ar. Digo-te que é possível. Explico que minhas perguntas exigem uma resposta. Mas que um singelo não sei tem o mesmo efeito de uma imensa declaração. O que me assusta é o silêncio. O ponto. Os dois pontos.
Descobrir um sentimento é algo que pode acontecer da noite para o dia. Porém, para quê? Prefiro situações sedimentadas. Valem mais. Dão tempo de mostrar o bom e o ruim. A chatísse. Existe isso? Se existe, é a simples forma administrar a realidade de qualquer ser humano. Não há 100% estagnação.
Hoje não escrevo apenas um texto, mas sim uma cartarresposta. A resposta de quem espera o olho no olho. A carta de quem espera para falar sério. Mas que não espera e aguarda. Mas que do fundo do coração espera agir. Aqui estou mais uma vez com o coração na mão, como aquele que sabe que o ontem é um passo que não volta. Amanhã outro passo. Caminha comigo?

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Como um pastel frito!


Saiba você que nada tem mais valor que você. O que hoje parecer dor no futuro, no futuro, parecerá mera lembrança de um passado bom. O que hoje você chama de tentativa de salvar um futuro bom, nada mais é que a dificuldade de entender que o passado bom hoje já não existe mais. Saiba você disso.
Das palavras que já falei, marque bem aquelas que não falei. Aquelas que apenas com os olhos conseguisse entender. Aquelas que nem a brisa da praia conseguem transformar em sentimentos, podem não ter volta. Preste bem atenção nas palavras que digo. E preste atenção naquilo que você mesma está dizendo. É tão difícil se ouvir assim?
Ouvir-se, na verdade, é das artes a mais divertida. Conseguir compreender a voz dentro de si e compreender o prazo de validade das coisas, nada mais é, que conseguir externar aquilo que já passou e que não deveria mais estar ali. Ouvir-se é, por verdade, compreender que ninguém mais tem o poder de decidir sobre nossa vida do que nós mesmos.
Digo-te, como num pedaço de pastel queimante, que a ardência da boca que queima com o calor é similar a gelidez da boca que beija com o sentimento de que não está sendo correspondido. Queremos sempre encontrar razão nas coisas que nem sempre podemos explicar. E queremos explicar a nossa falta de razão com coisas que nem sempre tem o que se dizer. Aprenda a se ouvir. E ouça-se. Como prova definitiva que acreditas em si mesmo.

Das coisas que preciso entender


Entenda-me. Hoje, eu sei exatamente o que eu quero. Onde estou e como estou. De fato, não sei muito bem onde estarei amanhã. Hoje, sei exatamente onde estou, mas confesso que não queria estar. E nisso não há nada de sentimental, e simplesmente uma situação geográfica. Era para não estar aqui.
Então entra a questão que venho lutando há algum tempo: Entender que não posso dominar tudo. Existem imprevistos. Existem momentos em que serei vítima do acúmulo de funções que ser 'gente grande' acarreta. E cá estou eu, querendo não estar.
Quero entender muito mais. Por que é tão difícil mostrar o que se quer, ou porque é mais difícil entender o que o outro quer. Somos eternas vítimas dos sentimentos que não conseguimos impôr aos outros.
Há sim, muitas coisas por entender. Hoje, me coube apenas aceitar as 'surpresas' que o dia-a-dia insiste em mandar. Hoje, me coube ficar aqui. Não sei por quanto tempo aguentarei ficar assim. Sou a eterna busca por não estagnação na minha vida. E a eterna tentativa de solucionar o comodismo. E hoje não estou nada acomodado aqui!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O amor de Gurizinha


Hoje passei por uma das maiores angústias da minha vida. Vi a primeira história de amor do meu filho. Parece incrível? Você não acredita? Então espere aí que conto para vocês como isso aconteceu.
Estavamos sentados na frente do estacionamento do prédio, eu e ele brincando de carrinho na areia. Ele, comendo bala de goma, me contava detalhadamente seu dia. Que brincava com as crianças, que queria ir para a escolinha e que queria conhecer a casa do pai, a minha no caso, além de suas aventuras na praia.
No meio da conversa e da brincadeira, apareceram duas meninas, com seus cachorros na coleira.
Ele ficou encantado. Com os cachorros num primeiro momento. Começou a correr para lá e para cá atrás deles com as meninas.Gritava e pulava a cada vez que alcança os bichinhos, mesmo que ciente que eles correriam novamente. Eu, sentado na calçada, analisava aquela situação toda achando tudo muito engraçado. Até que começou a angústia maior. Uma das meninas, a maior, subiu na caçamba de uma camionete.
Ele, acho que encantado com a capacidade daquela menina de quase 5 anos de escalar tamanho desafio. Veio até mim, pediu ajuda para subir. Não deixei. Nem sabia de quem era o tal carro. Ele não gostou muito. Mas aceitou. Ficou debaixo da camionete gritando: "Me ajuda gurizinha?! Me ajuda!"
E Gurizinha não ajudou. Ficou ali, em cima da caçamba brincando com seu cachorro, talvez a pensar que realmente era superior por conseguir subir ali, talvez lembrando das vezes que tentou subir e ninguém a ajudou também. Não sei direito. Só sei que ela não falava nada. A outra menina, também não tinha altura suficiente para subir. Com seus quase quatro anos, ficou do lado de fora, sentada com seu cachorro. Ela desceu. Botou o cachorro no chão e seguiu brincando. Eu, pai encorajador, chamei ele e disse: "Pergunta o nome delas". Ele hesitou. Chegou a me dizer: "É gurizinha, pai!". Disse de novo: "Pergunta para ela assim: Qual teu nome?" Ele foi. Tomado de coragem perguntou. A gurizinha respondeu. "Letícia". Ele repetiu. A outra disse espontaneamente: O meu é Malu. Ele nem deu bola. Ali já estava definido: Ele queria Gurizinha. Foi brincar com o cachorro dela.Manu ficou triste, parada. Nesse momento minha angústia já era gigante. Queria dize-lo: Olha a outra menina quer brincar. Via a cegueira dele. Fiquei quieto. Normalmente também quero gurizinha. Nem sei se me dá bola, mas sempre que vejo o cachorrinho dela me derreto. Meu filho, meu filho, não desista de Gurizinha, mas preste atenção no que Malu pode te dar. Voltando para casa fiquei pensando: E quantas vezes eu já não fui que nem ele, ou quantas vezes não fiz como Gurizinha. Contudo, o difícil mesmo, é quando tenho que ser que nem Malu. Meu filho, meu filho, terás tempo suficiente para aprender isso, ou nunca aprenderás. E Gurizinha foi embora, imponente com seu cachorro.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Do barro ao riso



Tenho planos para a minha vida. Projeto bem desenhados prontos para serem desfeitos a qualquer momento. Hoje, de fato, estão prontos para serem desfeitos a qualquer momento. Na verdade, vejo que estou mais pronto para aceitar os desvios que a vida toma, e as surpresas que volta e meia insistem em me perseguir, e que volta e meia insisto em escrever.
Meia volta. Assim é minha vida hoje de fato. 180º total. Onde ontem era medo, hoje é o jogo de bola no pátio. Onde ontem era temor, hoje é brincadeira de carrinho. É o ir e vir que a gente tem que aceitar. São os olhos para frente, que não nos dão tempo de ficar olhando para trás. É quando os olhos miudos encontram o sorriso apertado. É quando quero mudar minha história novamente. Meia volta. O que ontem foi, passou. E o que de bom ficou é a amizade. E o que quero que venha, de bom, tem a amizade, tão difícil de atingir a sinceridade que só os puros tem. Me purifico a cada linha dita. E viajo a cada sorriso apertado. De fato, o fato é nem sei explicar direito a sensação de paz que sinto.
O problema todo nem é não tornar esse sonho realidade. O problema é tornar. E a minha sala suja de barro. Que crueldade. Que sonho. Que vontade. Ah sim. Vontade. A vontade de estar perto do sorriso só não é maior do que dos olhos. E a vontade que ultrapassa o dizer. E a vontade que ultrapassa a necessidade de alguma resposta. De todas afirmativas que alguém pode dar, a mais cruel é "não sei". Não responde nada, quando normalmente se quer todas as respostas. Pode brincar de barro. Essa é minha resposta!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Dos Km's!



Saúde. Quem dirá que existe razão nas coisas sem programação? E nessas coisas que vejo a graça. E nessas coisas que estão a moral e a certeza que nos metros ficam mais que solas de sapato. Dos quilômetros, ficam também a espera pelo conhecimento de vida. Nos quilômetros ficam a certeza que nada é tão por acaso assim.
Falar. E quando percebo que não há o que não falar, fico pensando insistentemente que deveria mesmo falar. Não que não tenha falado. Disse, mas não falei. E deixei para livre interpretação. E a livre interpretação torna fácil a vida de quem não quer interpretar. E deixa mais complicada ainda a situação de quem não diz. Caso que conheço.
Sentir. E quando o sentimento se mistura e já não se sabe mais quem é o que ou de onde veio. E quando percebo que um sentimento não anula o outro. De fato, demonstrar alguns sentimentos não é tão fácil como parece. Parece sim que nem sei o que sinto. O que de fato, não é fato. É só o que quero deixar parecer.
Quilômetros. E passo atrás de passo. Sim, passo-a-passo. Rumo a algum lugar que com certeza é bem melhor. E que definitivamente hoje sei, não tem a responsabilidade de ser absolutamente nada que não esteja sendo. Mais uma vez, termino cheio de coisas à falar. E mais uma vez não falo. Ainda tenho quilômetros intermináveis.

Sobre concorrências e licitações



Não sei quanto tempo eu aguentaria. Não sei, e nunca saberei mais. Metaforas são meu forte. Queria ser menos metafórico por vezes. Não consigo. Por isso esqueço que é preciso também falar. E acabo declarando pelas metaforas o que queria, de fato, dizer simplesmente, metaforas são meu forte, e como tal, deixam suas margens interpretativas.
Por isso hoje falo sobre concorrências. E também sobre licitações. Falarei sobre isso por uma razão muito simples. Cansei de leilões. Querer ser algo que nem sei se sou apenas para provarque realmente não sou o que eu sei que sou não faz mais parte do meu ser. Querer ser melhor, ah,isso nunca pararei de buscar. Mudar daquilo que de fato sou, isso não adianta.
Já vi camaleões mudarem e desvirarem-se em quatro ao deprazer do vento. Ser o mais santo dos pecadores me agradaria. Mas se quiser realmente isso, terei que lutar bravamente para que saber que a mudança que há de acontecer parte de mim. Tenho princípios. E tenho preceitos. E sei que não posso passar por cima de nenhum deles para nada. Mas também sei que não devo ser imutável e descrente nos princípios dos outros.
Não entro em leilões. Concorrência é parte natural da evolutiva escolha. Onde se analisa se é bom ou ruim. Se é aquilo realmente que se quer. E onde há de existir maturidade suficiente para entender se foi ou não apenas um momento. Concorremos todos os dias. Do nascer ao pôr-do-sol.
E entro em licitação para saber se é ou não momento. Se é algo? O que fica depois de uma licitação, seja a eterna admiração, tanto pela coragem de arriscar quanto pela coragem de escolher. Não entro em leilões, e nem brigas. Quero apenas saber, ainda dá tempo?

sábado, 2 de janeiro de 2010

Sobre ciclos e novas canções


Há um dia em que tudo se encerra. Você se acorda e pensa: Hoje é o último dia. No fim do dia você pode ter duas sensações: 'E agora?' ou 'que bom! que acabou'. Obviamente, saber que existe o fim desse ciclo exige maturidade suficiente para não deixar nem um nem outro se tornar problema, mas sim solução e impulso para desafios futuros.
E o mais desafiador do fim de um ciclo, é saber que a partir daquele momento teremos que encarar outros ciclos. E hoje, cada vez que vejo alguém que encerra um ciclo expressar o alívio da liberdade penso: Ainda bem que esse ciclo está encerrado. Afinal, ao andar muito tempo em um mesmo ciclo, pode acarretar num sofrimento incrível, pois pode-se andar em circulos sem conseguir sair do lugar.
Os ciclos podem nem ser de fato visíveis. Há momentos em que acordamos e pensamos: Hoje farei tudo diferente. A grande moral de completar esse ciclo é saber se ao final do dia conseguimos realmente modificar alguma coisa. E pensar se aquilo que falamos modificou o ontem de alguém. Sim, isso realmente é importante.
Por isso digo-lhe: Aproveite bem cada ciclo vivido. E entenda que uma hora eles encerrarão e essa é função deles. Não dê voltas e voltas em torno de ciclos que não te façam bem. Mas também, não descarte tão fácil ciclos que nem conheces. Entrar e sair de um é uma mera questão existencial. Inevitável, afinal, até aquele que está parado acaba entrando no ciclo vicioso do ócio.