
Não sei se isso acontece só comigo, mas faz uns três dias que tenho pensado que hoje seria sexta-feira. Não sei se foram as seguidas semanas com feriado ou as seguidas semanas sem viajar, só sei que hoje é pra mim é sexta feira. E amanhã pode ser outra, talvez. É como se eu tivesse que encerrar tudo hoje. E descubro que amanhã haverá mais.
Isso nem é tão frequente na minha vida. Na maioria das vezes consigo dominar o tempo. Tenho ciência exata de onde estou e de onde preciso chegar. E, mais importante, onde quero chegar. Não vejo o tempo como adversário, como a maioria das pessoas. Não me incomodam as segundas de manhã. Tenho no tempo, normalmente um aliado.
Mas hoje, como eu vinha contando, tive no tempo um mero conhecido. Daqueles que se passa na rua, se cumprimenta, mas nem sempre se sabe algum detalhe da sua vida ou do que realmente aflige. Começo a pensar que ando tão preocupado com meus problemas que nem me preocupo com o tempo. Preciso simplesmente resolver e pronto.
Hoje, na minha primeira sexta-feira dessa semana, fiquei pensando nas coisas que precisaria fazer e nas coisas que teria que deixar pra semana que vem. Não tenho esse costume. Se preciso resolver, resolvo. Na verdade, a única coisa que o tempo me preocupa é quando me desafia a resolver as coisas que realmente me interessam. Não preciso provar nada a ninguém. Desde que eu tenha provado tudo pra mim mesmo. O tempo passa enquanto eu vou buscando mostrar pra mim mesmo o que é preciso e que sexta-feira que vem, na minha, tenha tudo dado certo para que eu saiba exatamente o caminho até lá.








