quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Das bandas e das garagens


Não é preciso parar muito para lembrar das coisas que realmente fizeram diferença na vida. Até porque sempre tem alguém pra lembrar. Sempre tem alguém pra contar de novo a mesma história inesquecível. E de lá o que mudou? E dentro, o que mudou? O que, na verdade, da saudade que sinto agora me torna melhor é saber que tudo foi vida. E tudo vivido.
Nem que eu queira voltar. Nem que eu mesmo possa ter de novo toda aquela vontade, nada substituirá a nostalgia das tardes trancado numa garagem, no calor, ou das noites no meio do nada, no frio. Nada faria com que melhor eu fosse daqui pra frente. Até porque nada consegue ser mais significativo do que eu fui no passado. É a base. É o solido. O resultado muito maior que o próprio resultado, é o que eu trago comigo.
Das grandes ilusões que eu tive, certamente que essa foi das melhores. Das boas. Não a ilusão sofrida de não ter alcançado, mas a ilusão doce de um dia ter sido o star do quintal ou pop do retiro, ou a música que atravessou fronteiras e que, na ilusão coletiva, quase nos levou pra longe, mesmo que num quarto 2mx2m.
Das grandes felicidades e dos grandes amigos, tenho especial apresso por aquele que conseguiram comigo viajar naquilo que era um grande devaneio. O devaneio que pra alguns deu certo, pra mim foi essencial. A viagem que pra alguns era bobagem e que pra mim foi a complexidade de fazer com que 4 fosse 1, mesmo sem nunca ter conseguido na música, conseguiu-se muito na vida. E a essa vida digo: "Quantos dias talvez eu tenha esquecido das coisas tão boas que nós já passamos juntos". Disso, graças, não esqueço. Ainda bem.

Um comentário:

  1. Bom demais, faço das tuas as minhas palavras.
    Tudo que eu sinto está ai, completo.
    Abração xalassito, e não podemos esquecer nunca..
    O Show tem que continuar

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