terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Os ventos do norte


Você sabe de onde vim? Provavelmente não sabe nem onde quero chegar. Quase nômade, acho que já passei por mais lugares do que muita gene aqui possa imaginar. Depois de tanto tempo, sentado na pracinha na frente de casa, sinto o vento norte. Deitado na praia, tocando um violão, ouço o som das ondas. Fecho os olhos e esqueço, acabo lembrando do vento do norte.
De onde vim? Parece que por vezes a gente brinca de ser dono do tempo. E o tempo não brinca. Impiedoso. E o dono do tempo normalmente nos mostra que aquele que se pergunta de mais de onde viemos. acaba esquecendo para onde ir. Esquecer e lembrar, de fato, são fenômenos que só o tempo poderá explicar.
Vim? O que estou fazendo agora, nada mais é que entregar-me ao tempo e a paciência necessária de quem insiste em relutar contra o tempo. Vir ou ir, é meramente vetorial. Aquele que acredita que o ir passa além do agora, acaba perdendo noites de sono para descobrir que realmente não irá a lugar nenhum sem que o tempo passe.
Você ainda quer saber de onde o vim? Os ventos do norte poderiam até explicar o fato da cara de bobo. Os ventos do norte, óbvio, nem sabem que o norte é norte. A bússula quebrada que insiste em não querer ser consertada. A bússula que não percebe. O vento. O norte. O som que a beira da praia não me deixa esquecer.

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